
A hipertensão é uma doença que atinge cerca de 30,5% da população brasileira, afetando pessoas de qualquer classe social e, principalmente, as mulheres. A hipertensão na gravidez pode levar a condições mais graves como a pré-eclâmpsia e a eclâmpsia, que podem levar o bebê e a mãe à morte. Essas condições, apesar de graves, possuem tratamento.
Veja neste post o que é a eclâmpsia e pré-eclâmpsia, seus riscos, tratamentos, causas e sintomas.
O que é Pré-Eclâmpsia
Pré-Eclâmpsia é uma complicação da gestação caracterizada pelo surgimento de pressão arterial maior que o normal após a 20ª semana de gravidez e pela perda de proteínas na urina, a proteinúria. Essa condição normalmente ocorre por problemas no desenvolvimento dos vasos da placenta no início da gravidez, gerando falta de circulação adequada, o que produz substâncias que causam esse aumento na pressão arterial e lesionam os rins.
A forma grave da pré-eclâmpsia é a Síndrome HELLP, a sigla inglesa para Hemólise Enzimas de Fígado Elevados e Plaquetas Baixas. A hemólise é a destruição dos glóbulos vermelhos, responsáveis pela distribuição de oxigênio pelo corpo, causando anemia. O aumento das enzimas do fígado causa lesões no fígado, caracterizando um tipo de hepatite na pré-eclâmpsia e, além disso, a HELLP ocasiona a destruição de plaquetas.
Sintomas da Pré-Eclâmpsia
Alguns sintomas da pré-eclâmpsia são:
Piora súbita e rápida nos inchaços normais da gravidez, sobretudo na face e nas mãos;
Aumento anormal da pressão arterial;
Descolamento prematuro do feto na placenta;
Baixo crescimento do feto;
Baixo desenvolvimento intra-uterino;
Possibilidade de parto prematuro;
Na sua fase mais grave, além da síndrome HELLP, alguns podem se manifestar:
Fortes dores abdominais;
Proteinúria acima de 5 g/dia;
Edema Pulmonar;
Diminuição significativa do volume de urina;
Falha de crescimento do feto;


O que é Eclâmpsia
A Eclâmpsia é o condição mais grave dos espectros de hipertensão na gravidez, pois inclui a hipertensão gestacional, a pré-eclâmpsia e a eclâmpsia em si. A eclâmpsia não necessariamente é a evolução da pré-eclâmpsia em si e sim uma manifestação mais grave da pré-eclâmpsia. Essa manifestação apresenta os mesmos sintomas da manifestação mais leve, porém com a presença de convulsões, que podem ocorrer da gestação até 48 horas após o nascimento do bebê.
Fatores de Risco da doença
Embora essas doenças podem acometer qualquer gestante, alguns grupos especiais possuem mais chance de desenvolvê-la:
Gestantes com menos de 18 anos e mais de 40 anos;
Histórico de existência na família, incluindo a paterna;
Já ter sofrido pré-eclâmpsia em gestações anteriores;
Gravidez múltipla (gêmeos, trigêmeos, etc.);
Quadro de hipertensão crônica antes da gestação;
Obesidade;
Diabetes mellitus;
Doença renal crônica;
Gestações com espaço de tempo muito grande entre elas;
Gestantes com doenças auto-imunes;
Primeira gestação;
Tratamento
Tanto para a pré-eclâmpsia quanto para a eclâmpsia, o tratamento definitivo é a indução ao parto, salvo em alguns casos, como idade avançada para realizar o procedimento, agravamento da doença e condições ruins de saúde para o bebê e para a mãe. Para esses casos mais graves, a internação da mãe é mais indicada para acompanhar o quadro da doença e adiar a gestação para um tempo próximo da 40ª semana.
Para controlar a hipertensão, o uso de medicamentos como o Enalapril, Losartana, Diamicron e o Atenolol mas SEMPRE com acompanhamento médico, ainda mais no período de gestação!
Para tratar as complicações da Síndrome HELLP, é indicado o uso de corticóides, que além de diminuírem os efeitos da síndrome, o medicamento auxilia na maturação dos pulmões do feto caso a indução do parto ocorra antes do tempo.
Já para as crises convulsivas, é indicada a ministração de Sulfato de Magnésio antes do parto.
Espero que este post tenha esclarecido algumas dúvidas sobre os riscos e sintomas da Pré-Eclâmpsia e Eclâmpsia, além dos seu tratamento.
Um abraço e até o próximo post!