O corpo humano contém centenas de tipos celulares diferentes que são importantes para nossa saúde diária.
Estas células são responsáveis por manter nossos corpos funcionando a cada dia fazendo nossos corações baterem, cérebros pensarem, rins limparem nosso sangue, nossas células de pele serem repostas à medida que se soltam, e assim em diante.
O único trabalho das células-tronco é produzir todos estes outros tipos celulares. Basicamente as células-tronco são as provedoras de novas células.
Quando as células-tronco se dividem, elas podem fazer mais de si mesmas ou mais de outros tipos celulares.
Vejamos uma exemplo: Células-tronco na pele fazem mais células-tronco de pele ou elas podem fazer células de pele diferenciadas que possuem funções próprias como produzir o pigmento melanina.
Neste artigo vamos falar da importância da célula-tronco, onde podemos encontrá-la e como utilizá-la para curar algumas enfermidades e até salvar vidas.
Por isso, continue conosco nessa leitura até o final!
Conheça agora a importância das células-tronco para a sua saúde
Quando nos ferimos ou ficamos doentes, nossas células também se ferem ou são mortas.
Quando isto acontece, as células tronco se tornam ativas. As células tronco têm a função de recuperar nossos tecidos feridos e de repor outras células quando estas morrem rotineiramente.
Desta forma, nossas células tronco nos mantêm saudáveis e nos previnem de envelhecer precocemente. As células tronco são como nosso próprio exército de doutores microscópicos.
Mas, afinal o que são células?
Quando estudamos os seres vivos, verificamos que existe um nível de organização que nos leva a entender a composição, funcionamento e relação entre eles.
Sabemos que o nível fundamental da matéria são os átomos.
Esses átomos agrupam-se, interagem entre eles e formam as moléculas.
As moléculas, por sua vez, podem organizar-se e formar compostos.
As moléculas em conjunto com os compostos formam as organelas, que, em conjunto, formam as células.
Aqui chegamos ao nível em que podemos conhecer a composição e funcionamento dos seres vivos, pois as células são as suas unidades funcionais e estruturais.
Basicamente as células são formadas por uma membrana celular, restrita a célula e dá proteção, um citoplasma, onde estão as organelas, e um núcleo que é responsável pela reprodução.
No entanto, algumas características permitem a classificação das células em dois grupos:
Classificação das células
Célula eucarionte
Apresenta núcleo circundado por dupla membrana e possui histonas associadas ao DNA e uma razoável quantidade de organelas membranosas.
Está presente em animais e plantas, por exemplo.
2.Célula procarionte
Não apresenta envoltório nuclear separando o material genético, que acaba por ficar disperso no citoplasma, e não possui histonas nem organelas envolvidas por membranas.
Está presente em bactérias.
As células são estruturas tão complexas que muitos indivíduos são formados por apenas uma célula.
Trata-se dos seres unicelulares, como algumas algas.
Já os seres multicelulares, como animais e plantas, são organismos tão complexos que muitas de suas células passaram por um processo de diferenciação celular e hoje estão especializadas para desempenhar os mais diversos papéis dentro do organismo, como as células musculares (movimentação) e células do intestino (absorção de nutrientes).
Esses organismos ainda possuem células capazes de se diferenciar em qualquer outro tipo: são as chamadas células-tronco.
Entre os seres multicelulares, podemos observar características que diferenciam as células animais e vegetais, como a ausência de parede celular, plastos, vacúolo de suco celular e glioxissomas na célula animal; a ausência de lisossomos na célula vegetal, e a presença de centríolos apenas em células flageladas.
A diferença entra as células-tronco e as células
As células-tronco apresentam grande capacidade de diferenciação, ou seja, podem tornar-se outros tipos celulares.
Além disso, são capazes de se dividir, possuem autor renovação, gerando outras células-tronco, permitindo, assim, a formação do organismo.
Os principais tipos de células-tronco
As células-tronco podem ser diferenciadas em cinco tipos principais:
Células tronco totipotentes
Essas células apresentam a capacidade de se transformar em qualquer tipo celular encontrado no corpo do indivíduo.
De uma maneira simplificada, podemos dizer que esse tipo de célula-tronco é capaz de originar um ser por completo.
Elas são encontradas no zigoto e no início do desenvolvimento embrionário, ou seja, até a fase de 16 células, aproximadamente três dias de vida.
2.Células-tronco pluripotentes
Essas células-tronco diferenciam-se das totipotentes por serem menos versáteis, ou seja, não são capazes de dar origem a um ser vivo por completo, uma vez que não são capazes de originar tecidos extraembrionários.
Como exemplo dessas células, podemos citar as células tronco embrionárias encontradas na fase de blastocisto.
3.Células tronco induzidas
As células tronco induzidas são produzidas pelo homem, principalmente a partir de células da pele, mas também podem ser fabricadas a partir de outros tipos celulares.
Nesse caso, as células recebem vírus que injetam genes capazes de reprogramar a célula para que ela volte a seu estágio embrionário.
Essas células apresentam características muito semelhantes às das células-tronco embrionárias.
4.Células-tronco multipotentes
As células-tronco multipotentes se diferenciam em poucos tipos celulares.
São responsáveis, principalmente, pela renovação celular, sendo encontradas basicamente em todos os tecidos do corpo, principalmente na medula óssea e no cordão umbilical.
5.Células-tronco onipotentes
Essas células-tronco, diferentemente das demais, não apresentam grande capacidade de diferenciação, sendo capazes apenas de formar células do tecido ao qual pertencem.
As diferentes naturezas de uma célula-tronco
As células-tronco quando adultas, extraídas dos diversos tecidos humanos, tais como, medula óssea, sangue, fígado, cordão umbilical, placenta etc.
Sim as células tronco retiradas do cordão umbilical e da placenta, são consideradas células adultas, haja vista a sua limitação de diferenciação.
Nos tecidos adultos também são encontradas células-tronco, como medula óssea, sistema nervoso e epitélio.
Entretanto, estudos demonstram que a sua capacidade de diferenciação seja limitada e que a maioria dos tecidos humanos não podem ser obtidas a partir delas.
Embrionárias, só podem ser encontradas nos embriões humanos e são classificadas como totipotentes ou pluripotentes, dado seu alto poder de diferenciação.
Estes embriões descartados, inviáveis para a implantação, podem ser encontrados nas clínicas de reprodução assistida ou podem ser produzidos através da clonagem para fins terapêuticos.
Intenda a importância das pesquisas com células-tronco e apoie essa causa
As pesquisas com células-tronco buscam, principalmente, encontrar maneiras de reverter algumas doenças e/ou desenvolver terapias que retardem alguns processos.
Com essas células, em razão da capacidade de diferenciação, espera-se conseguir, por exemplo, recuperar pessoas paralisadas, criar tecidos para transplantes e deter o avanço de doenças degenerativas ou até mesmo encontrar a sua cura.
Muitos estudos estão sendo realizados ao redor do mundo.
O interesse científico maior está em células tronco embrionárias, que apresentam maior capacidade de diferenciação.
O problema nesse ponto é que, ao extrair as células tronco do embrião, este acaba sendo destruído. Por essa razão, em muitos países, a pesquisa é proibida, por ser considerada um atentado à vida.
Legislação sobre a pesquisa com células tronco embrionárias no Brasil
Na lei nº 11.105, de 24 de março de 2015, é garantida as pesquisas com células-tronco embrionárias no Brasil.
Segundo essa lei: “É permitida, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-tronco embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e não utilizados no respectivo procedimento, atendidas as seguintes condições:
Sejam embriões inviáveis; ou sejam embriões congelados há 3 (três) anos ou mais, na data da publicação desta Lei.
Que já congelados na data da publicação desta Lei, depois de completarem 3 (três) anos, contados a partir da data de congelamento.
Tratamentos aprovados para o uso de células-tronco
As células-tronco são usadas atualmente em terapias celulares e para criação de modelos de pesquisa, para entendimento de doenças e desenvolvimento de medicamentos.
Veja a seguir alguns usos aprovados e em desenvolvimento das células-tronco.
Transplante de células-tronco hematopoiéticas
Também conhecido como transplante de medula óssea, esse é o uso mais antigo das células-tronco.
Quando o transplante é feito, a ideia é justamente substituir essas células-tronco, para que as novas células produzidas pela medula óssea sejam saudáveis.
Esse tratamento é usado para doenças como leucemia aguda, leucemia mieloide crônica, leucemia mielomonocítica crônica, linfomas, anemias graves, anemias congênitas, hemoglobinopatias, imunodeficiências congênitas, mieloma múltiplo, Síndrome mielodisplásica hipocelular, imunodeficiência combinada severa, osteopetrose, mielofibrose primária em fase evolutiva, síndrome mielodisplásica em transformação, talassemia major, entre outras.
2.Lipoenxertia sem reabsorção
Em alguns países os procedimentos plásticos de Lipoenxertia, onde a gordura do corpo é enxertada em outras regiões, tem a gordura enriquecida com células-tronco.
Isso impede que ocorra a reabsorção desse tecido adiposo, processo que ocorre devido a um entendimento do organismo de que aquela gordura está "fora do lugar" e precisa ser realocada.
As células-tronco reduzem em até 90% as chances de reabsorção.
3.Pesquisas e medicamentos que utilizam células-tronco
Medicamentos usando células-tronco: Já existem alguns medicamentos que usam as células-tronco em terapias celulares.
O primeiro a ser aprovado para comercialização no mundo foi o Prochymal® (remestemcel-L), já aprovado no Canadá, Coreia do Sul, Nova Zelândia e Japão e em processo de avaliação nos Estados Unidos.
Ele tem potencial para ser usado no tratamento de algumas doenças, como doença de Crohn, infarto agudo do miocárdio, DPOC e diabetes, entre outras, com estudos ainda em fase inicial.
4.Reconstrução óssea em fissura labiopalatina
Cientistas do Hospital Sírio-Libanês (em São Paulo), em parceria com o Hospital Municipal Infantil Menino Jesus, têm conduzido uma pesquisa em que usam células-tronco do dente de leite para reconstrução óssea em crianças com fissura labiopalatina, conhecida popularmente como lábio leporino.
Quando a fissura compromete o osso na região alveolar e ou palato, ou seja, o céu da boca, normalmente é preciso fazer um enxerto com o osso do quadril, o que causa muitas dores no pós-operatório.
No entanto, a pesquisa usa as células-tronco para estimular a renovação do osso no local.
Além disso, eles estimulam essas células com aplicações de laser, o que torna o processo ainda mais rápido.
5.Estudos e entendimento dos transtornos do espectro autista com a células-tronco
Pesquisas brasileiras também estudam os transtornos do espectro autista com o auxílio das células-tronco.
Nesse caso, o intuito não é utilizá-las para tratamento em si, mas ajudar os especialistas a entenderem melhor como funcionam os neurônios dos autistas.
Para tanto, eles fazem a reprogramação celular de células da polpa de dente ou células do sangue de pessoas com autismo, transformando-as novamente em células pluripotentes, ou seja, células pluripotentes induzidas.
Depois, essas células são induzidas a se tornarem neurônios. Com isso, é possível reproduzir exatamente como são os neurônios de crianças com e sem autismo.
O próximo passo e usar esses modelos para testar novas drogas.
6.Tratamento do diabetes tipo 1 com células-tronco
Pesquisadores norte-americanos estão testando como usar as células-tronco para ajudarem o pâncreas a recuperar sua função de produzir insulina, habilidade perdida por pessoas com diabetes tipo 1.
Para tanto, eles estão injetando células-tronco em cápsulas que são colocadas no pâncreas e desempenham as funções das células-beta desse órgão sem serem atacadas pelo sistema imunológico.
Os testes já foram realizados com sucesso em camundongos e agora está sendo testado em humanos.
7.Tratamento da degeneração macular com células-tronco
Estudos recentes conduzidos nos Estados Unidos têm tratado pacientes que haviam perdido a visão com a degeneração macular ou doença de Stargardt.
Nele, os cientistas diferenciaram células-tronco em células do epitélio pigmentar da retina e as aplicaram nos pacientes, que apresentaram melhoras significativas, mesmo em casos mais avançados.
Atualmente esse tratamento já se mostrou seguro e está em testes com grupos maiores de pacientes.
8.Tratamento do câncer com células-tronco
Alguns estudos no Reino Unido têm buscado formas de transformar as células-tronco em potenciais destruidoras de tumores de câncer.
Para tanto, cientistas ativam o gene TRAIL nessas células, o que as torna semelhantes às células imunes.
Essas células acabam sendo atraídas pelos tumores e fazem com que as células tumorais "se suicidem".
Por enquanto essa terapia só foi estudada em ratos, mas conseguiu curar alguns deles completamente do câncer de pulmão.
9.Criação de órgãos para transplante a partir das células-tronco
Muitos cientistas estudam como criar órgãos inteiros, direcionando células-tronco para se diferenciarem formando tecidos para órgãos específicos.
Se forem usadas células do próprio paciente, não há risco de rejeição deste novo órgão.
No entanto, o desafio dessa linha de pesquisa é fazer com que as células se diferenciem para os diferentes tecidos que podem compor um mesmo órgão, já que eles são estruturas complexas.
Como doar células-tronco?
Um tipo de doação é através da punção do osso da bacia e se faz em centro cirúrgico, sob anestesia peridural ou geral, e requer internação por um mínimo de 24 horas.
Nos primeiros três dias após a doação pode haver desconforto localizado, de leve a moderado, que pode ser amenizado com o uso de analgésicos e medidas simples.
Normalmente, os doadores retornam às suas atividades habituais depois da primeira semana.
Existe uma outra forma de obtenção das células-tronco da medula óssea, que utiliza uma máquina específica, a aférese, ela serve para separar do sangue periférico, corrente sanguínea, as células necessárias para o transplante.
Neste caso, o doador tem que receber um medicamento antes da doação (fator de crescimento), que estimula a medula óssea a liberar estas células para a corrente sanguínea.
Esta técnica só é utilizada em casos específicos, sob decisão médica e com consentimento do doador.
Quantos hospitais fazem o transplante de medula óssea no Brasil?
São 70 centros para transplantes de medula óssea e 26 para transplantes com doadores não aparentados.
(fonte: INCA)
Como as células-tronco são armazenadas
Com tantas terapias em desenvolvimento, muitas pessoas têm armazenado células-tronco, para conservar o recurso no futuro.
De modo geral, esse armazenamento é feito através do congelamento.
As células são coletadas de sua região de origem (a coleta muda conforme a origem da célula) e levadas ao laboratório em um meio de cultura próprio, que impede que elas sejam contaminadas por bactérias.
No laboratório as células-tronco são separadas, multiplicadas e então armazenadas em tanques com nitrogênio líquido à - 196 °C.
Como coletar e armazenar células-tronco do dente de leite do seu filho
As células do dente de leite normalmente não são retiradas de um dente que já caiu. Isso ocorre porque esse dente entra em contato com bactérias e já está há algum tempo sem o recebimento de sangue, o que pode causar a morte das células.
De modo geral, os pais que desejam armazenar as células-tronco dos dentes de leite dos filhos devem levá-lo a um odontologista credenciado com esse tipo de tratamento.
Ele avaliará os dentes que ainda conservam um ou dois terços da raiz através de um raio-x e então marcará a extração desse dente.
Depois de extraído, o dente será colocado em um meio de cultura especial e levado ao laboratório.
Eu posso coletar células-tronco do cordão umbilical?
As células do cordão umbilical são retiradas logo após o parto, quando o bebê já está sob cuidado do pediatra.
O sangue deve ser recolhido logo após o corte do cordão, e as células da parede podem ser armazenadas logo em seguida.
Não há problema em fazer os dois armazenamentos na mesma operação.
Células da medula óssea
As células da medula óssea podem ser retiradas de duas formas: uma delas é através de uma punção no osso da bacia (feita através das nádegas).
O procedimento dura 60 minutos e é feito com anestesia, com observação após o término.
Uma outra forma é a retirada pela veia, em que o doador toma um remédio durante cinco dias, que aumenta a produção de células-tronco.
No sexto dia, o sangue é filtrado por uma máquina, que isola as células-tronco.
O processo dura de quatro a seis horas e o remédio pode causar como efeito colateral algumas dores no corpo.
Células-tronco do tecido adiposo
As células do tecido adiposo podem ser retiradas após algum procedimento, como uma lipoaspiração ou mesmo após um parto cesárea, em que o médico aproveita o corte para retirar um pouco de gordura.
Além disso, o procedimento pode ser feito através de uma biopsia simples em consultório médico.
Quem pode se aproveitar das terapias com célula-tronco?
Quando uma célula-tronco é armazenada, é com o intuito de usá-la futuramente em alguém.
Mas as pessoas que podem se beneficiar dessas células variam conforme o tipo de célula:
Células-tronco mesenquimais
No caso das células mesenquimais, os estudos atuais são feitos usando células-tronco do próprio paciente.
Isso porque não se sabe ao certo quais são os marcadores que indicam compatibilidade de uma célula-tronco desse tipo com o receptor.
Células-tronco hematopoiéticas
As células-tronco hematopoiética, no entanto, normalmente não são usadas no próprio doador.
Isso porque algumas doenças, como a leucemia, ocorrem devido a problemas genéticos, que certamente estarão presentes nas células do cordão umbilical da pessoa doente.
Nesses casos, é mais seguro utilizar a célula-tronco hematopoiética de um doador saudável.
O que é Clonagem Reprodutiva?
É a técnica pela qual se forma uma cópia de um indivíduo. O procedimento baseia-se na transferência do núcleo de uma célula diferenciada, adulta ou embrionária, para um óvulo sem núcleo com a implantação do embrião no útero humano.
Gêmeos univitelinos são clones naturais.
Leia também o nosso artigo sobre Gravidez Gemelar
Principal diferença das técnicas de Clonagem Terapêutica e Reprodutiva
Nas duas situações há transferência de um núcleo de uma célula diferenciada para um óvulo sem núcleo.
Mas na técnica de clonagem para fins terapêuticos as células são multiplicadas em laboratório para formar tecidos específicos e nunca são implantados em um útero.
Vantagens e limitações da clonagem terapêutica para a obtenção de células-tronco
A principal vantagem dessa técnica é a fabricação de células pluripotentes, potencialmente capazes de produzir qualquer tecido em laboratório, o que poderá permitir o tratamento de várias doenças como:
Doenças cardíacas;
Doença de Alzheimer;
Parkinson;
Câncer;
Reconstituição de medula óssea;
Reconstituição de tecidos queimados ou tecidos destruídos.
Com a vantagem de eliminar o risco da rejeição, caso o doador seja o próprio beneficiado com a técnica.
Mas a principal limitação é que no caso de doenças genéticas, o doador não pode ser a própria pessoa porque todas as suas células têm o mesmo defeito genético.
A clonagem para fins terapêuticos não pode reproduzir seres humanos, porque nunca haverá implantação no útero.
As células são multiplicadas em laboratório até a fase de blastocisto, 32-64 células, sendo a partir desse estágio manipuladas para formação de determinados tecidos.
Além disso, nessa fase o pré-embrião é constituído por um aglomerado de células que ainda não tem sistema nervoso.
Fontes alternativas de se conseguir células-tronco
Atualmente, nosso país soma 2.500 indicações anuais para transplante de medula óssea, das quais 1.500 não encontram um doador com laços de parentesco e compatibilidade genética.
Devido às dificuldades de se encontrar doadores de medula óssea, busca-se fontes alternativas de células-tronco.
Pesquisas demonstraram que, durante a gestação, o sangue de cordão umbilical é uma fonte rica de células-tronco.
Após o parto, o sangue que permanece no cordão umbilical e na placenta, contendo células tronco, era geralmente descartado.
A partir dessa descoberta, as células-tronco obtidas do sangue de cordão umbilical vêm sendo utilizadas em modelos terapêuticos onde é indicado o transplante de medula óssea.
Quando o paciente utiliza suas próprias células-tronco, não há rejeição, podendo, inclusive, ser utilizadas, com aproximadamente 30% de chance de compatibilidade com parentes consanguíneos.
Portanto, as células-tronco do cordão umbilical são muito mais eficientes para o futuro uso terapêutico.
O que são iPS ou células-tronco pluripotentes induzidas?
Cientistas e médicos estão empolgados a respeito deste novo tipo de células tronco chamadas células “iPS”.
A razão pela qual estamos excitados é porque as iPS possuem praticamente as mesmas propriedades das células tronco embrionárias, mas não são obtidas de um embrião.
Assim, não há nenhuma preocupação ética com células iPS.
Além disso, células iPS são obtidas de células normais do paciente que não são células tronco, o que significa que as células iPS podem ser dadas de volta para um paciente sem o risco de rejeição imunológica, um problema importante em qualquer transplante de células tronco.
O que o futuro reserva e como podem as células-tronco mudar a maneira como seu médico lhe trata?
Uma vez que naturalmente as células tronco possuem a função de repor células doentes ou idosas, os cientistas elaboraram a idéia de utilizar terapias de células-tronco para uma grande variedade de problemas médicos.
A ideia aqui é que dando para um paciente doente células tronco ou células diferenciadas obtidas de células tronco, nós podemos fazer uso da habilidade natural da célula tronco de recuperar para deixar o paciente saudável novamente.
Por exemplo, se o paciente tem um ataque cardíaco, dando a este paciente um transplante de células-tronco como terapia o nosso objetivo é fazer com que as células-tronco transplantadas reparem o dano causado no coração.
As populações naturais de células tronco que todos nos possuímos possuem apenas uma limitada capacidade de curar lesões aos nossos corpos.
Voltando ao exemplo do coração, as células tronco existentes no coração não estão prontas para encarar a tarefa de restaurar o dano de um ataque cardíaco, mas um transplante de milhões de células tronco pode ser bem mais poderoso.
Então, realizando transplantes de células tronco para pacientes nós aumentamos a capacidade de cura do corpo além do limite das células tronco que ocorrem naturalmente.
Alguns desafios ainda devem ser ultrapassados antes que as terapias com células-tronco se tornem mais comuns incluindo segurança, já que células-tronco podem formar tumores, e a rejeição imunológica.
Mesmo assim, provavelmente as células tronco irão transformar a medicina e talvez em uma ou duas décadas a maioria de nós irá conhecer alguém, talvez até nós mesmos, que passou por um transplante de células tronco.
Quais tratamentos com células-tronco estão disponíveis agora e porque a maioria dos médicos recomendam que você deve somente considerá-los com cuidado e como último recurso?
Atualmente, existem alguns transplantes de células-tronco disponíveis que foram comprovados por cientistas serem seguros e efetivos.
O melhor exemplo é o transplante de medula óssea. Entretanto, muitos tratamentos com células-tronco não comprovados são anunciados e oferecidos ao redor do mundo.
Estes tratamentos recebem constante atenção na imprensa, frequentemente quando celebridades como estrelas do esporte recebem estes tratamentos.
Geralmente, cientistas e médicos no campo de células tronco advertem os pacientes contra estes tratamentos porque não está claro se estes realmente funcionam e se eles são seguros.
Agradecemos a sua visita.
Não vá embora antes de deixar um comentário, pode ser uma sugestão, um elogio ou até uma pergunta sobre o tema.
Grande abraço e até a próxima!